Um dos meios pelo qual os animais em uma certa região podem ser prejudicados é através da translocação de animais silvestres de uma fauna para outra na qual estes animais não são caracterizados como nativos. Essa inclusão, seja feita por tráfego ilegal ou reintrodução pode acarretar na introdução de novos patógenos ou patógenos já extintos no local, assim afetando os animais nativos. Dessa forma os animais nativos são altamente prejudicados por não apresentarem um sistema imune eficaz contra as novas enfermidades que podem vir dos novos patógenos. Um exemplo a ser observado ao decorrer da historia foi a introdução de perus selvagens translocados para o meio oeste norte americano que por seqüência introduziu o Plasmodium kempi neste local.
A introdução de animais exóticos em uma fauna pode também apresentar um risco para os animais a serem introduzidos. Os animais nativos naturalmente já apresentam imunidade aos patógenos existentes na região onde vivem, o que não ocorre com os animais que foram recentemente introduzidos ou mantidos em cativeiro assim facilitando a ocorrência de graves epizootias. Um exemplo a ser observado foi no programa de reintrodução do furão-de-pata-preta (Mustela nigripes) nas pradarias norte-americanas que foram contaminados por Yersinia pestias levando a um número elevado de mortes.
A translocação de animais silvestres de uma região para outra pode não necessariamente causar danos para a fauna selvagem, mas para os animais domésticos daquele local. Nesse caso os animais silvestres agem como vetores de determinado patógeno o qual os animais domésticos nunca foram expostos e apresentam elevada suscetibilidade a desenvolver patologias. Isso alem de disseminar uma doença nunca existente ou extinta em determinado local pode causar grandes impactos econômicos para a região. Um exemplo a ser observado é a epizootia bovina que ocorreu na África no final do século XIX, o que eliminou populações inteiras de bovinos da região.
Outro problema que pode ser causado pela translocação de animais silvestres de uma região para outra e a infecção desses próprios animais pelos animais domésticos dessa região. Isso ocorre devido à falta de adequações imunitárias dos animais que foram translocados. Esses animais caso não recebam vacinas adequadas e por nunca terem sido expostos a patógenos presentes na região ficam com seu sistema imune vulnerável. Além disso os animais translocados não receberiam os mesmos tratamentos que os animais domésticos, mas não entraremos nesse mérito. Um exemplo a ser observado foi a recente translocação de cachorros-selvagens-africanos (Lycaon pictus) na África Oriental, o que causou a morte de vários desses animais por cinomose.
Referências:
conservando.wordpress.com
www.veterinaria-nos-tropicos.org.br/suplemento11/178-181.pdf