Salmonelose em animais silvestres

As salmoneloses aviárias são enfermidades provocadas por bactérias do gênero Salmonella.
Essas bactérias infectam as aves e podem causar três enfermidades

distintas:

- A pulorose, cujo agente é a Salmonella Pullorum;

- O tifo aviário, causado pela Salmonella Gallinarum;

- E o paratifo aviário, causado por qualquer outra Salmonella sp que não seja a S. Pullorum ou S. Gallinarum.

O primeiro relato de salmonelose em aves foi no século passado em um surto de enterite em pombos. A prevalência de sorotipos de salmonelas de aves muda de ano para ano, mas vários sorotipos são constantemente encontrados com alta incidência, tais como, S. Heldelberg, S. Enteritidis e S. Typhimurium.

A Pulorose é uma doença infecciosa altamente contagiosa que afeta todas as espécies de aves, incluindo galinhas e perus. É causada pela Salmonella Pullorum, que se localiza nas gônadas (ovários e testículos), fígado, baço, coração e outros órgãos internos. Raramente presente no trato digestivo. Afeta aves jovens nas primeiras semanas de vida, determinando mortalidade que pode variar de 0 (zero) a 100%, dependendo da virulência da cepa, susceptibilidade e condições do lote. Pode haver retenção do saco da gema e o fígado está, invariavelmente, aumentado de volume, podendo apresentar pequenos pontos de coloração clara na sua superfície. Os sintomas são raros em aves adultas que não mostram sinais de doença, mas podem ser portadoras. A S. Pullorum tem baixa resistência fora do hospedeiro.

A principal forma de transmissão é transovariana. Nessa doença ocorre a contaminação dos folículos da gema durante sua formação. Entretanto, aves

portadoras produzem um pequeno número de ovos contaminados. Após a eclosão, conseguem nascer disseminam a doença a outros normais no nascedouro, nas caixas e para os galpões de criação.

Já os répteis, em geral, são portadores assintomáticos de Salmonella spp, manifestando a doença somente em casos de queda de imunidade. Segundo alguns autores, estudos realizados demonstraram que portadores sadios desta bactéria apresentam a infecção de forma latente. O estresse produzido através do transporte, colocação em novo ambiente, mudança alimentar ou de manejo, ou simples exposição em um "Pet Shop", pode levar à ativação do processo infeccioso latente, com conseqüente eliminação de Salmonella pelas fezes.

Amostras de fezes são colhidas nos casos de infecção intestinal. No caso de infecção sistêmica, amostra de sangue é colhida para hemocultura padrão. Cultivam-se o baço e a medula óssea para o diagnóstico post mortem de salmonelose sistêmica.

A terapia de suporte é o principal tratamento para a forma entérica de salmonelose. O uso de agentes antimicrobianos é controverso. Alguns estudos mostram que antibióticos não alteram o curso da doença. Adicionalmente, existe evidência de que antibióticos promovem o estado de portador e selecionam cepas resistentes. Defensores do uso de antibióticos recomendam um membro da classe de drogas das fluoroquinolonas (por exemplo, enrofloxacina ou ciprofloxacina) em pacientes humanos e nas espécies animais que não produzem derivados para consumo humano. O tratamento da forma sistêmica de salmonelose inclui terapia de suporte e terapia antimicrobiana.

Por esse motivo estudos referentes à sanidade dos animais silvestres e exóticos devem ser incrementados para melhor conhecer a disseminação deste patógeno no meio ambiente.

Referências:

http://www.revista.inf.br/veterinaria11/revisao/edic-vi-n11-RL85.pdf